quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mensagem ao Manifestante de Esquerda - (#NãoVaiTerCopa)

(PARÊNTESES)
#NãoVaiTerCopa

Ativistas que eram contra a copa antes mesmo de ser anunciada, que defendiam aqueles que seriam prejudicados com a construção de estádios ANTES da construção dos mesmos, ISSO é ativismo consciente.

Mas, agora que o governo já roubou e superfaturou um monte, que já construiu tudo (inclusive vidas foram perdidas com isso), me vem manifestante do #NãoVaiTerCopa - Gostaria de saber quantos que hoje saem nas ruas com placas de #NãoVaiTerCopa foram pras ruas, antes do anúncio da copa mundo no Brasil, pra pedir mais escolas, mais professores, mais hospitais? (O manifestante coxinha também pode se questionar sobre isso. Hipócritas).

Tem sempre alguém apoiando nas greves de professores ou médicos pedindo aumento de salário e tudo mais, ok. Mas nenhum movimento social chamou seus manifestantes antes do anúncio da copa pra fazer tanto barulho quanto estão pedindo pra fazer agora. Ora, não chama pra lutar por serviços de qualidade antes, mas agora chama pra lutar por uma causa que não vai resolver nada.

“Como não vai resolver nada?! Quanto dinheiro foi desviado nisso? Só a FIFA vai ganhar com isso! Tinha que investir em escola e hospital!” – Concordo plenamente. Então vamos lá, que o movimento ganhe força e que não haja a Copa do Mundo no Brasil nem as Olimpíadas.

Nessa situação hipotética – para o qual estão pedindo pra você lutar – a FIFA deixou de ganhar uma boa grana, o PT vai perder tudo o que roubou , e... E o que? É isso? Era pra isso que tem gente sendo escalada? Dar uma lição?

“Não é só por isso! Ai será a Hora de pedir por mudanças!” – Ah, igual as que pediram depois de reduzir o preço das passagens... Espera! Não pediram nada. Vixe.

O manifestante coxinha tudo bem. Ele não quer saber se vai resolver ou não, quer fazer barulho porque o candidato que ele votou não ganhou (famoso “piti”). Mas por quê – ó  manifestante de movimento de esquerda - ao invés de lutar contra algo e dar uma boa lição em um ou outro, não usa sua energia para lutar A FAVOR de serviços de qualidade e direitos para todos. Afinal, essa é a causa.

Por que as placas de #NãoVaiTerCopa, não são revertidas para #AgoraQueroMaisEscola, #QueVolteProPovoEmDobroDoQueFoiPraCopa ou #SeTemPraEstádioQueroVerMaisHospitais? Tudo bem que essas são mais longas, mas deve haver uma justificativa melhor.

Além do mais, outra consequência inquestionável desse tipo de manifestação, é favorecer o PSDB nesse ano. Gostaria de questionar a um desses manifestantes sobre o porquê as atitudes de alguns movimentos de ESQUERDA, além de não resolver nada, estão favorecendo um partido de DIREITA? – direita declarada, no caso.

Mais uma vez a energia invejável dessa galera sendo usada como “massa de manobra” – não gosto desse termo, mas não achei outro – e favorecendo a direita.

Há quem justifique que contra direita declarada a revolução será mais fácil. Para esses sugiro três autoquestionamentos: (1) Seu partido/movimento existe desde que ano? (2) Quem era o presidente nesses anos? (3) Houve revolução? Se as respostas apontarem que seu partido/movimento não fez nada contra o governo FHC (ou mesmo contra qualquer governante estadual do PSDB ou DEM), você deve ser mais analítico.

Outros dizem que o que motiva as manifestações do #NãoVaiTerCopa esse ano são os princípios - independente de solucionar os problemas causados pela copa ou não. Oras, como não ser contra um evento que desvia milhões dos cofres públicos, desapropria famílias e faz a presidenta tratar manifestantes como terroristas para que o evento ocorra a qualquer custo? (como justifica o ativista e cartunista Carlos Latuff em seu perfil no Facebook). Sendo que para o povo só resta o grito de gol e o mesmo serviço ruim de transporte, saúde e educação de sempre.
(Então porque não pedir educação, saúde e transporte? Ao invés de bater de frente sem propor resoluções.)


Carlos Latuff é exceção entre os ativistas. Ele de fato vem alertando para os malefícios da Copa do Mundo desde a notícia de que a copa seria aqui. Mas creio que se engana quanto aos princípios que "movimentos sociais" defendem ao pedir o apoio de manifestantes. Pois, curiosamente, somente em ano de eleição os movimentos pediram aos seus fiéis manifestantes para ir às ruas.

Desde 2010 há informações sobre os malefícios da copa (como pode ser conferido no link abaixo). Agora, me responda amigo manifestante: em 2010 não havia princípios? Ou seu movimento simplesmente não se importava naquela época? (o mesmo questionamento é válido para 2011, 2012 e 2013).

Intelectuais não poderiam cair nesse jogo eleitoreiro disfarçado de causa nobre.

 (/FECHA PARÊNTESES)

O texto completo, assim como todas as fontes, estão em uma postagem anterior:
Um alerta aos ativistas de movimentos de esquerda. Nem sempre o que seu movimento/partido apoia é a causa que você defende. Seja cético.








quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Melhoras no transporte público..?

Milhões de paulistanos dependem do transporte público. Precisam encarar a lata de sardinha humana que é o Metrô e os trens da CPTM. Usuários de ônibus, se é que se pode dizer, sofrem mais. Além da superlotação, o trânsito caótico da cidade prolonga as horas de sofrimento na ida para o trabalho e na volta para casa.

Estima-se que 6 milhões de usuários sejam transportados de ônibus diariamente em São Paulo. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) transporta cerca de 3 milhões de pessoas diariamente. Já o Metrô paulistano transporta cerca de 4,5 milhões de usuários por dia.



Faça as contas: essa quantidade de pessoas pagando 3 reais diariamente (supondo somente a ida) dá uns 40,5 milhões de reais POR DIA de faturamento para as empresas de transporte. Por mês da aproximadamente... bom, dá dinheiro para caralho.

É normal nos questionarmos se esse valor não pode ser revertido em melhoras para o sistema de transporte público da maior cidade do país.

Foquei em São Paulo, pois se a maior cidade do País que é a 7º maior economia do mundo tem problemas tão básicos, o que dirão os usuários das demais cidades. O fato é que a má qualidade do transporte público não está restrita as metrópoles, mas nas metrópoles é que são evidenciadas as causas.

Quem nunca se perguntou: por que permitir esse trânsito quando se pode investir no transporte público? Por que as constantes “melhorias” e “reformas” nas linhas de metrô e trem não resolvem o problema de superlotação? Por que tudo que é arrecadado não é de fato usado para resolver o problema, apenas para maquiá-lo como se houvesse uma tentativa de resolução?

A resposta para todas essas questões pode ser resumida respondendo outra pergunta.


Por que é interessante que o transporte público não seja bom? - Essa, caro leitor, é a pergunta correta.

As empreiteiras justificam que estão fazendo melhorias. A nova linha Amarela do Metrô paulista, os (poucos) trens novos que chegaram com ar-condicionado (um luxo desnecessário em um país tropical, imagino) e a nova frota de ônibus da Sptrans (foram trocados, mas não aumentaram significativamente em quantidade).

Imagino que não sou o único a acreditar que com 40,5 MILHÕES de reais POR DIA, esses “esforços” das empreiteiras são mínimos em comparação com o que pode ser feito.

                    “Se não tá feliz, compre um carro!”

Uma vez um usuário da CPTM me disse isso (enquanto eu reclamava feito uma senhora desconfortável). Eu o ignorara sem saber o quão certo ele estava.

 Entre a classe média (que hoje é maioria da população brasileira), ter um carro é item constante na lista de conquistas. Alguém sabe o peso da indústria automobilística na economia brasileira?


As vendas de carros não movimentam somente o lucro de montadoras concessionárias, movimenta o setor financeiro com os financiamentos e seguros automotivos contratados, movimentam centenas de outros setores e pequenas empresas, como mecânicas, borracharias, até mesmo fabricantes de cadeirinhas - por algum motivo cadeirinhas são OBRIGATÓRIAS para transportar crianças, mas só se elas estiverem no carro, em um ônibus o assento preferencial sem cinto de segurança é mais do que suficiente - , movimenta até os lucros da própria Petrobras.


Sabemos que melhorias no transporte público, portanto, não são interessantes e estão fora de cogitação. Se alguém dúvida que o objetivo é simplesmente alimentar a economia que gira em torno dos carros, lembre-se que o ex-prefeito da cidade de São Paulo – Gilberto Kassab (DEM) – chegou a proibir até mesmo ônibus fretados na cidade no ano de 2009. Não cheguei a pesquisar a justificativa que ele usou - mas certamente não importa, notaram que foi sem noção.



O problema de deixar a população refém da economia são os efeitos colaterais – não entrarei no mérito do trabalhador que produz menos por já chegar cansado ao trabalho – como o trânsito. O Rio de Janeiro ainda conseguiu a proeza de ter o trânsito pior do que São Paulo, mas fatos como esses, as vezes contribuem para que as pessoas voltem ao transporte público.

O trânsito paulista forçou a prefeitura a criar as faixas exclusivas para ônibus, desafogando assim parte tráfego – a parte dos ônibus. Resultado: as pessoas voltaram a andar de ônibus depois de muito tempo debandando do transporte público.
               

Essa experiência mostra que qualquer melhora no transporte público contribui para sua maior utilização.

Agora imagine o melhor dos mundos: transporte público rápido, acessível, de qualidade e funcionamento de 24 horas por dia! Esse sonho nosso (me refiro aos usuários de transporte público) é perfeitamente possível com o bom uso dos 40,5 milhões que as empreiteiras ganham diariamente – é claro que tem o custo Brasil para elas, aquele de desviar o dinheiro para o governador.


O problema, caro leitor e usuário de transporte público metropolitano, é que o nosso sonho é o pesadelo de vários setores da economia. Estamos rendidos.

Esse autor não gosta de temas que propõem discussão e nenhuma solução. Em casos como esse a solução não é óbvia, e qualquer que seja vai gerar a fúria daqueles que detêm os interesses protegidos pelos nossos governantes.

Uma solução possível envolveria uma mudança cultural extrema e arriscada – mas que funciona em Bauru SP (estudantes pegam carona despreocupadamente para voltar para a casa e não oferecem risco aos motoristas).

Não imagino outra cidade onde quem tenha carro que se arrisque a dar carona para estranhos parados em um ponto de ônibus. Nem trabalhadores parados em um ponto de ônibus que se arriscariam a entrar no carro de qualquer estranho oferecendo carona. Mas está ai uma campanha a se incentivar, uma forma de manifesto e de boicote – afinal, não dá pra proibir as caronas.

Com um numero reduzido de usuários no transporte público e de carros circulando, a querida economia teria de encontrar outra forma de não definhar. Limitado que sou, vejo apenas duas formas: (1) melhorando de fato o transporte público para gerar a economia ao menos das empreiteiras; (2) notícias de aumento de criminalidade envolvendo casos de carona.


É, agora pensando bem sobre isso... estamos rendidos.




Fontes:










quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mensagem ao Manifestante de Esquerda

Movimentos da esquerda sempre foram fundamentais em lutas por direitos e na defesa daqueles que tem os direitos reprimidos (não fosse a luta da esquerda, licença maternidade aqui seria como nos Estados Unidos, inexistente). Mas no Brasil os movimentos de esquerda andam desorganizados, perdendo a identidade e as lutas... bom, só vejo lutas entre eles mesmos. Isso tira todas as chances de sucesso da esquerda no país.

Não. O autor não é um coxinha ou tucano disfarçado. E para provar isso (e um pouco por prazer) vou citar alguns problemas da direita.

Enquanto a esquerda defende o coletivismo, as garantias de serviços básicos gratuitos para todos (saúde, educação, transporte, seguro desemprego), a direita promove a livre competição, onde cada um tem a saúde, a educação e o transporte que pode pagar com o salário que conquistou – curiosamente na competição neoliberal de igual para igual, quem nasce com dinheiro já sai na frente e não há direitos para todos, mas privilégios para ricos.


A Direita costuma citar casos de fracasso em que políticas com bases marxistas foram aplicadas: o comunismo da URSS que custou a vida de milhões de pessoas, o regime da Coréia do Norte que inibe qualquer forma de liberdade, o fracasso econômico de Cuba e da Venezuela - segundo a definição citada, a Noruega é socialista, mas isso geralmente é deixado pra lá. O que a Direita Política se esquece de falar são os próprios casos de fracassos – Nazismo alemão, fascismo italiano e japonês, ditaduras militares na América Latina, além dos demais problemas causados pela grande potência do capitalismo.

Em 2008 a teoria de livre competição sem intervenções estatais (neoliberalismo) foi (novamente) colocada em xeque com crise nos Estados Unidos (que desencadeou a última grande crise econômica mundial). O governo do país resolveu intervir na economia para evitar que (mais) bancos falissem – deu 250 bilhões de dólares para salvá-los. Pois é, amigos, o mercado não é uma força que se autorregula como acreditava Locke – além do mais estimasse que 750 mil de americanos sejam moradores de rua, além dos 46,2 milhões na linha da pobreza.



O próprio sistema neoliberal dá sinais de que não viável. Além de ser abandonado periodicamente para evitar que seja destruído (vai entender).


Enfim, a Direita prega algo questionável e que dá sinais de que é prejudicial para todos, exceto para as famílias ricas com algum poder e influência. Já o que a Esquerda deveria pregar no Brasil é a questão de direito e serviços de qualidade para todos. Curiosamente, isso não tem acontecido. Aqui os movimentos deixam as “causas” para segundo plano.

“Claro que não! E os militantes do  PSOL, PSTU, PT, PCB, PCdoB, PCO, MNN...”. Os militantes de fato acreditam nas causas e mudanças (ou revolução) que a esquerda prega, mas os partidos não ligam muito pra isso.  

Os militantes desses movimentos e partidos tem vontade, anseiam por mudanças e sua energia para fazer acontecer é inesgotável. Manifestantes seguem aqueles que propõem as tão desejadas mudanças, seguem aquele que apresente a melhor estratégia, que melhor se alinhe a sua ideologia política – a esquerda.

E enquanto esses partidos e movimentos (ao invés de lutar pelo que de fato importa) brigam entre si pelo poder, até mesmo em diretórios acadêmicos de universidade, a direita se beneficia democraticamente da divisão das esquerdas.


Eventualmente há coligações e alianças que fazem, de fato, com que alguns movimentos deem as mãos e se beneficiem mutuamente. Mas até ai, não vi nenhuma revolução.


O que se vê com frequência é a vontade e energia dos militantes serem usadas única e exclusivamente para beneficio do movimento a que pertencem –  e não por alguma causa. Vejo movimentos diferentes (de uma mesma linha) se atacando, se enfraquecendo, enquanto paralelo a isso, a direita avança sorrateira.

“Ah, mas ajudando o meu partido a gente vai ter mais poder e seremos uma frente de esquerda!”. Cara, antes de ser do partido X ou Y, você é de esquerda. Se questione! Questione as atitudes que seu movimento cobra de você! - Isso vai contribuir pra algo relevante para a esquerda, ou só estou prejudicando meu camarada de outro movimento? É melhor brigar para ser uma frente de esquerda, ou ver tudo pelo que luto se concretizando, seja no meu movimento ou não?

Uma coisa engraçada é ver quando a vontade extraordinária de manifestantes é usada pela direita – cômico.

Quem não se lembra das grandes manifestações de 2013? Uma causa de Esquerda para redução do preço do transporte público, corrompida por infiltrados que prostituíram o objetivo de levar as pessoas às ruas. Chegou ao ponto de não aceitarem bandeira de partido nenhum – e tudo começou com a esquerda de diversas capitais enchendo as avenidas.



Hoje tem os protestos contra a copa.
(Não. O autor não é “PTista”. Espero que os trechos de crítica ao governo deixem isso claro).

(ABRE PARÊNTESES)
 #NÃOVAITERCOPA
Ativistas que eram contra a copa antes mesmo de ser anunciada, que defendiam aqueles que seriam prejudicados com a construção de estádios ANTES da construção dos mesmos, ISSO é ativismo consciente.


Mas, agora que o governo já roubou e superfaturou um monte, que já construiu tudo (inclusive vidas foram perdidas com isso), me vem manifestante do #NãoVaiTerCopa - Gostaria de saber quantos que hoje saem nas ruas com placas de #NãoVaiTerCopa foram pras ruas, antes do anúncio da copa mundo no Brasil, pra pedir mais escolas, mais professores, mais hospitais? (O manifestante coxinha também pode se questionar sobre isso. Hipócritas).

Tem sempre alguém apoiando nas greves de professores ou médicos pedindo aumento de salário e tudo mais, ok. Mas nenhum movimento chamou seus manifestantes antes do anúncio da copa pra fazer tanto barulho quanto estão pedindo pra fazer agora. Ora, não chama pra lutar por serviços de qualidade antes, mas agora chama pra lutar por uma causa que não vai resolver nada.

“Como não vai resolver nada?! Quanto dinheiro foi desviado nisso? Só a FIFA vai ganhar com isso! Tinha que investir em escola e hospital!” – Concordo plenamente. Então vamos lá, que o movimento ganhe força e que não haja a Copa do Mundo no Brasil nem as Olimpíadas.

Nessa situação hipotética – para o qual estão pedindo pra você lutar – a FIFA deixou de ganhar uma boa grana, o PT vai perder tudo o que roubou , e... E o que? É isso? Era pra isso que tem gente sendo escalada? Dar uma lição?

“Não é só por isso! Ai será a Hora de pedir por mudanças!” – Ah, igual as que pediram depois de reduzir o preço das passagens... Espera! Não pediram nada. Vixe.

O manifestante coxinha tudo bem. Ele não quer saber se vai resolver ou não, quer fazer barulho porque o candidato que ele votou não ganhou (famoso “piti”). Mas por quê – ó  manifestante de esquerda- ao invés de lutar contra algo e dar uma boa lição em um ou outro, não usa sua energia para lutar A FAVOR de serviços de qualidade e direitos para todos. Afinal, essa é a causa.

Por que as placas de #NãoVaiTerCopa, não são revertidas para #AgoraQueroMaisEscola, #QueVolteProPovoEmDobroDoQueFoiPraCopa ou #SeTemPraEstádioQueroVerMaisHospitais? Tudo bem que essas são mais longas, mas deve haver uma justificativa melhor.

Além do mais, outra consequência inquestionável desse tipo de manifestação, é favorecer o PSDB nesse ano. Gostaria de questionar a um desses manifestantes sobre o porquê as atitudes de alguns movimentos de esquerda, além de não resolver nada, estão favorecendo a direita? – direita declarada, no caso.
Mais uma vez a energia invejável dessa galera sendo usada como “massa de manobra” – não gosto desse termo, mas não achei outro – e favorecendo a direita.

Há quem justifique que contra direita declarada a revolução será mais fácil. Para esses sugiro três autoquestionamentos: (1) Seu partido/movimento existe desde que ano? (2) Quem era o presidente nesses anos? (3) Houve revolução? Se as respostas apontarem que seu partido/movimento não fez nada contra o governo FHC (ou mesmo contra qualquer governante estadual do PSDB ou DEM), você deve ser mais analítico.

Outros dizem que o que motiva as manifestações do #NãoVaiTerCopa esse ano são os princípios - independente de solucionar os problemas causados pela copa ou não. Oras, como não ser contra um evento que desvia milhões dos cofres públicos, desapropria famílias e faz a presidente tratar manifestantes como terroristas para que o evento ocorra a qualquer custo? (como justifica o ativista e cartunista Carlos Latuff em seu perfil no Facebook). Sendo que para o povo só resta o grito de gol e o mesmo serviço ruim de transporte, saúde e educação de sempre.
(Então porque não pedir educação, saúde e transporte? Ao invés de bater de frente sem propor resoluções.)

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=330974340374523&set=a.167836366688322.37004.100003858796537&type=1&theater


Carlos Latuff é exceção entre os ativistas. Ele de fato vem alertando para os malefícios da Copa do Mundo desde a notícia de que a copa seria aqui. Mas creio que se engana quanto aos princípios que "movimentos sociais" defendem ao pedir o apoio de manifestantes. Pois, curiosamente, somente em ano de eleição os movimentos pediram aos seus fiéis manifestantes para ir às ruas.

Desde 2010 há informações sobre os malefícios da copa (como pode ser conferido no link abaixo). Agora, me responda amigo manifestante: em 2010 não havia princípios? Ou seu movimento simplesmente não se importava naquela época? (o mesmo questionamento é válido para 2011, 2012 e 2013).

Intelectuais não poderiam cair nesse jogo eleitoreiro disfarçado de causa nobre.
(/FECHA PARÊNTESES)

 Imagino que a falta de esquerdismo da esquerda no Brasil é um dos motivos pelo qual o discurso apartidário vem ganhando força.

"Para se ter uma ideia das dificuldades que enfrentamos basta lembrar que contrariamente a Argentina e México, para não falar de França, Itália e Grã Bretanha, não existe até hoje uma história do PCdoB, ou nem mesmo um manual que se refaça a cada virada política, como passou a ser norma depois da publicação da história do Partido Comunista, da União Soviética..."
(FONTE : Inteligência Brasileira
Em: Contribuições para uma história da esquerda Brasileira - Marco Aurélio Garcia
Editora Brasiliense).

Não gosto de ver a esquerda lutando por causas que não geram soluções. Não gosto de ver a esquerda perder sua identidade de esquerda e deixar de lutar por serviços de qualidade e direitos a todos. Não gosto de ver gente com tanta energia sendo usada. Mas isso é só um desabafo.

O antigo movimento socialista no Chile era liderado por Salvador Allende, um médico socialista, acreditava que a esquerda poderia chegar ao poder e mudar um pais inteiro democraticamente. E deu certo, ele foi eleito presidente democraticamente. Foi necessário o golpe militar do Pinochet com o apoio dos Estados Unidos para finalmente arrancá-lo de sua cadeira e silenciar o povo que o apoiava.


Proposta: Aqui poderia ter uma esquerda única, singular, que de fato brigasse por mudanças relevantes (e não briguinhas entre si) para dar alguma chance. Nada justifica divisões em um movimento que nem se quer tem uma posição relevante no governo. Após conquistar uma posição relevante (presidência, por exemplo) e contribuir para mudanças de fato revolucionárias, ai sim as divisões seriam válidas. – alguém sabe a diferença entra PSOL e PSTU, ou PCdoB e PCB?



No Brasil, eu costumava acreditar que a esquerda chegaria ao poder de maneira democrática também. Foi quando percebi que a esquerda aqui não está suficientemente organizada para isso, mas está desorganizada o suficiente para dividir os votos e favorecer a direita.



(O que uma pena, pois nesse ritmo, logo a direita não precisará mais de votos)


Fontes:
http://redeliberdade.blogspot.com.br/2013/12/definicao-do-povo-brasileiro-por.html
FONTE : Inteligência Brasileira Em: Contribuições para uma história da esquerda Brasileira: Marco Aurélio Garcia
Editora Brasiliense





sábado, 8 de fevereiro de 2014

Maioridade Penal

Trecho Resumo:

"Jovens menores de 18 anos – nem que sejam algumas semanas – cumprem punição máxima de 3 anos de internato. Há quem pense que é pouco. Afinal, esse jovem pode ter tirado a vida de alguém, assaltado algum de seus familiares, roubado seu carro suado ... cara, quando o argumento apela para o emocional estão tentando te fazer de otário. Prefira aqueles que o fazem questionar.

Naturalmente não se pode ignorar esse tipo de situação. Mexe com qualquer um.  Mas o que você – ó cidadão de bem - ganha com o menor passando mais tempo na cadeia? A ideia que é vendida é que você ganharia mais segurança. Quanto mais tempo o bandido fica na cadeia, menos tempo ele fica na rua.

Acho que você não esqueceu dos ataques criminosos na grande São Paulo em 2006 e mais recentemente em 2012. Ordens eram dadas de dentro dos presídios, rebeliões em vários presídios dispersavam a polícia que se tornou até vitima de atentados. O sistema penitenciário atual não garante a segurança de ninguém, nem dentro e nem fora das grades.

Além do mais, traficantes, bandidos do crime organizado, não deixariam de “recrutar” menores para as atividades ilícitas. Se não houver os jovens de 16, recrutarão os de 14, se não houver muitos de 14.. bom, já sabemos que as próximas gerações terão uma infância complicada."




Texto completo:

A redução da maioridade penal é um tema que, sempre que o assunto volta a figurar, posições extremamente adversas são encontradas. É, aparentemente, difícil encontrar quem não tenha uma opinião formada sobre o assunto.  

Aqueles que são contra a redução da maioridade penal citam dados sobre o aumento da população carcerária a cada ano. Alguns citam o fato de que um presidiário é cerca de 3 vezes mais caro que um aluno e, por isso, nem mesmo economicamente faz sentido. Entre outros argumentos (confesso que não busquei todos).




A população favorável, por outro lado, afirmam que se jovens de 16 anos possuem o poder de decidir o futuro do país por meio do voto, devem também ser responsabilizados pelos próprios atos.

Na verdade eles são responsabilizados. Jovens menores de 18 anos – nem que sejam algumas semanas – cumprem punição máxima de 3 anos de internato. Há quem pense que é pouco. Afinal, esse jovem pode ter tirado a vida de alguém, assaltado algum de seus familiares, roubado seu carro suado ... cara, quando o argumento é apelativo pro emocional, estão tentando te fazer de otário. Prefira aqueles que o fazem questionar.

Naturalmente não se pode ignorar esse tipo de situação. Mexe com qualquer um.  Mas o que você – ó cidadão de bem - ganha com o menor passando mais tempo na cadeia? A ideia que é vendida é que você ganharia mais segurança. Quanto mais tempo o bandido fica na cadeia, menos tempo ele fica na rua.

Acho que você não esqueceu dos ataques criminosos na grande São Paulo em 2006 e mais recentemente em 2012. Ordens eram dadas de dentro dos presídios, rebeliões em vários presídios dispersavam a polícia que se tornou até vitima de atentados. O sistema penitenciário atual não garante a segurança de ninguém, nem dentro e nem fora das grades.




 Além do mais, traficantes, bandidos do crime organizado, não deixariam de “recrutar” menores para as atividades ilícitas. Se não houver os jovens de 16, recrutarão os de 14, se não houver muitos de 14.. bom, já sabemos que as próximas gerações terão uma infância complicada.

Outra curiosidade em São Paulo é que os crimes de atentado a vida de jovens infratores, equivalem a menos de 2% de todos os crimes cometidos por menores infratores. Já para os crimes mais comuns, de tráfico de drogas e roubo (86% dos casos), os menores detidos já cumprem mais anos (três) de detenção do que adultos apreendidos pelos mesmos crimes (quando primeiro incidente) e que apresentam algum recurso.


Segundo o último projeto de Geraldo Alckmin (PSDB) - que visa aumentar o tempo máximo de internato de 3 para 8 anos - jovens que ficariam 3 anos em internatos, podem crescer em internatos e de lá serem encaminhados diretamente para penitenciárias comuns até completar os 8 anos de detenção - conseguindo assim seu diploma de bandido.

Com matemática simples, podemos notar que um menor infrator de 14 anos corre o risco de ter mais de um terço de sua vida em internatos (e ainda mais um ano na cadeia).


Se tempo na cadeia ou em internatos resolvesse alguma coisa, não haveria reincidentes.

Em 1 de Agosto de 2013, três jovens entre 15 e 18 anos foram apontados como culpados por queimar vivo um homem de 48 anos no DF – todos de classe média, inclusive a menina de 17 anos que é filha de um policial federal.

No link abaixo há detalhes do crime e o histórico dos jovens. O rapaz detido de 18 anos já possuía passagens pela polícia e já havia sido apreendido por roubo, tráfico, desacato... enfim: se tempo na prisão resolvesse alguma coisa, ele não teria assassinado ninguém mais tarde.

Além de um sistema penitenciário falho, o país tem o bônus do sistema judiciário falho. Há quem clame por justiça e apoie que menores infratores cresçam nas cadeias. Já a justiça, continua mostrando que não é assim tão imparcial.

Em outro caso, não um menor, um jovem de classe média se mantém livre depois de amputar o braço de um ciclista enquanto dirigia embriagado.


Mais alguns casos por curiosidade:



Não. Esse não é mais um texto apelativo de luta de classes. Proponho um questionamento. Sabemos que essa medida de manter os menores infratores (ou bandidinhos, chame como quiser) mais tempo na cadeia, afeta, sobretudo, jovens pobres infratores.

Questione os motivos. O que motiva propor que jovens vão direto do internato para penitenciárias comuns? - sendo que presidiários são três vezes mais caros que alunos para o governo -  Aliás, o que são penitenciárias comuns?

No Brasil, o presídio de Pedrinhas no Maranhão e um bom exemplo. Não vou postar o link, mas veio de lá o vídeo de um detento sendo decapitado. Um pouco exagerado? Não. Não é a primeira vez que a situação penitenciária do país (seja em presídios superlotados ou não) chama atenção de órgãos como a ONU – que considera lastimável.


E por que veio do PSDB – que está a mais de 20 anos seguidos no governo de São Paulo - como pode-se conferir no link abaixo – propor essa forma rígida de punição aos menores paulistanos que eles mesmo criaram?



Essa pergunta me fez questionar o real motivo do sistema penitenciário brasileiro. Ainda mais quando somada à declaração da monarca do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) que disse: “A violência aumentou porque o Maranhão está mais rico” - praticamente uma declaração de incompetência em administração de verbas para a segurança pública.


 Os presídios estão em péssimas condições (de acordo com a própria ONU), superlotados e são mais caros de manter do que escolas, o único motivo de mandar alguém para o presídio é esperar que ele não voltasse às ruas...  Regeneração nunca foi uma opção (pesado).

E é por isso, caro leitor, que a justiça brasileira da preferência aos jovens pobres para ocupar as poucas e caras vagas nos presídios. Afinal, o que eles poderiam oferecer a sociedade?


Como contribuinte, eu prefiro que meu dinheiro seja convertido em educação, ou até mesmo em melhoria do sistema penitenciário e das condições nas prisões – algo que possibilite o jovem a ser punido e sair arrependido, não com ódio.

Não acredito que alguém prefere ser o contribuinte que paga pra alguém crescer na cadeia e se graduar em marginalidade.



Fontes:

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cotas Raciais

Trecho Resumo:

"Reservar uma porcentagem para estudantes de pele negra ou parda é uma afirmação de que esses são incapazes de conseguir seu ingresso na universidade? Ou ainda, se a constituição federal defende que não pode haver discriminação do tipo que favorece um individuo por conta de sua raça, cor ou etnia, por que a política de cotas raciais favorece aqueles de cor parda ou preta?

- “Cotas para negros, porque todo branco nasce rico!”. Ao contrário do que essa frase incita as cotas raciais não existem para favorecer os negros. O propósito é diminuir a discrepância entre a proporção de negros na população e a proporção de alunos negros – e negros em “cargos de prestígio”.


Acontece que para fazer parte dos 50% de escola pública aprovados pelo Congresso três critérios são válidos: (1) ter cursado todo o ensino médio em escola pública, (2) comprovação de renda até 1,5 salários mínimos, (3) ser pardo ou negro - nesse caso, com uma fração de vagas dentro dos 50% de escola pública e proporcional a quantidade de negros e pardos na região.  Ou seja, não negros de escola particular já estaria concorrendo aos OUTROS 50% de qualquer forma, com medidas de cotas raciais ou não."


Texto Completo:


Desde o anúncio do governo federal de que universidades federais agora passariam a ter uma porcentagem de 50% reservada a alunos da rede pública e ainda uma porcentagem (não fixa e dentro dessas vagas) para alunos negros e pardos, esse assunto se tornou polêmico e gera discussões entre aqueles que possuem diferentes opiniões. Mas, na opinião desse autor, não há nada mais idiota do que uma opinião formada sem informação.


O assunto “cotas raciais” gera algumas afirmações entre aqueles que são contra, exemplos como: “o próprio programa de cotas é racista” ou “isso só incentiva o ódio racial” são frequentes. Aparentemente, reservar uma porcentagem proporcional à população negra da região - para estudantes de pele negra ou parda - é uma afirmação de que esses são incapazes de conseguir seu ingresso na universidade sem o incentivo. Ou ainda, se a constituição federal defende que não pode haver discriminação do tipo que favorece um individuo por conta de sua raça, cor ou etnia, por que a política de cotas raciais favorece aqueles de cor parda ou preta?


É uma excelente pergunta e, de fato, gera muitos questionamentos.  Um deles é: A população (negra) que corresponde à 50% do país inteiro também corresponde a 3% dos formados em medicina (por exemplo), incentivá-los os está colocando em posição de vantagem? É, parece piada. Tudo bem, 3% é uma aproximação, na verdade são 2,66% no senso de 2010. Na tabela abaixo estão os cursos e as respectivas porcentagens de alunos negros e pardos formados:





Um gráfico sempre facilita a visualização:

Não se pode afirmar que incentivar quem está historicamente (e, como visto na tabela, estatisticamente) em desvantagem, os coloca em posição de vantagem.

- “Então cotas para negros, porque todo branco nasce rico!”. Ao contrário do que essa frase (frequentemente vista em redes sociais e postada por pessoas com opinião sobre o assunto, mas sem nenhuma informação sobre o mesmo) da a entender, as cotas raciais não existem para favorecer os negros. O propósito é diminuir a discrepância (absurda) entre a proporção de negros na população e a proporção de alunos negros – e de futuros profissionais em “cargos de prestigio”.

Sobre esperar um aumento do ódio com essa política de “favorecer” negros e pardos, bom, é possível. Afinal, alunos que de fato se esforçam muito e atingem as notas necessárias para determinado curso são ultrapassados por outros pelo simples fato de esses outros serem negros? – quem faz esse questionamento precisa (muito) de informação, porque até pra ser contra as cotas, primeiro deve-se entendê-las. Ninguém é ultrapassado por ninguém.

Como citado anteriormente (com fonte e tudo) o que o congresso aprovou foram 50% das vagas em universidades federais para estudantes de escola pública.

Acontece que para fazer parte dos 50% de escola pública aprovados pelo Congresso três critérios são válidos: (1) ter cursado todo o ensino médio em escola pública, (2) comprovação de renda até 1,5 salários mínimos, (3) ser pardo ou negro - nesse caso, com uma fração de vagas dentro dos 50% de escola pública e proporcional a quantidade de negros e pardos na região.  Ou seja, não negros de escola particular já estaria concorrendo aos OUTROS 50% de qualquer forma, com medidas de cotas raciais ou não.

- “Ah! Mas as cotas deveriam ser para pobres!” Os critérios (1) e (2) citados acima já deviam banir esse argumento tosco. As cotas para pobres existem.
                                                                                                                                                        
Em outras palavras, ninguém passa só por ser negro, passa quando é negro e esforçado. Para os estudantes não negros nem pardos que ficam no quase, restam duas opções: agir com maturidade e continuar com o esforço (com a certeza de uma pontuação melhor) ou, fazer igual esse estudante frustrado, que culpou as cotas pelo insucesso, e promover o racismo:



Dizer que as cotas raciais promovem o racismo é, na verdade, ingenuidade. O racismo existe. O ódio racial, no entanto, só não é muito exposto porque as coisas funcionam muito bem como estão: negros e pardos ocupando as posições de “base” enquanto brancos ocupam as de maior prestígio – afinal, sempre foi assim.




Já ouvi que o Brasil é um exemplo sobre convívio de diferentes etnias. Discordo, e não precisa ser muito inteligente para discordar comigo. É ingenuidade dizer que não há racismo por aqui.

Oras, se negros são 50,7% da população (e supostamente não há racismo), por que não são também 50% dos formandos em direito? Ou 50% dos senadores, dos juízes do STF, dos médicos, etc. – quando foi a última vez que você foi atendido por um médico negro? Uma jornalista em Natal ficou tão espantada quando viu médicas negras que as comparou com empregadas domésticas e rezou pelos pacientes! (As médicas eram do programa Mais Médicos, que trazem médicos cubanos, em suma negros).


“Ah! mas e o Joaquim Barbosa?”. Essa pergunta não faz sentido, eu sei, mas vi uma imagem intrigante circulando nas redes sociais onde Joaquim Barboza está retratado como “mene” com a seguinte frase: Cotas? Não, obrigado. Eu estudei. A parte engraçada é que ele mesmo já se mostrou a favor das cotas e comentou que já foi vitima de preconceito. Outra curiosidade: a corte do STF tem 11 juízes; um negro. Imagino que independente da sua opinião você sabe que Joaquim Barbosa é uma exceção. Penso que em um país sem racismo, a distribuição do STF deveria ser próxima à distribuição da população; 50 - 50.



Há quem defenda uma reforma em todo o sistema educacional – eu também - certamente contribuiria para a distribuição igualitária da população e dos profissionais capazes e de prestígio.

 Com escolas públicas de qualidade desde a base dos alunos, não haveria necessidade de reservar vagas em universidades federais.

Em uma reforma completa da educação pública a proporção de negros na região deveria ser respeitada, com criação de vagas para alunos negros. Pois (como foi citado insistentemente com o objetivo de ficar claro e evitar questionamentos sem sentido) o objetivo não é favorecer ninguém e sim deixar a distribuição de alunos – futuros profissionais - proporcional a da distribuição da população.

Não. Isso não prejudicaria brancos pobres. Pois quem defende uma reforma na educação, certamente defende que haja vagas para todos, correto? Ou não?

“E se o neguinho preferir ficar no semáforo e não ir pra escola?” – bom, nesse ponto espero que esteja claro que nem mesmo uma reforma em todo o sistema educacional é capaz de cumprir o objetivo das cotas (deixar a distribuição de alunos – futuros profissionais - proporcional a da distribuição da população), mas sim, a reforma é necessária para outros diversos objetivos.

Já para o objetivo que motivou a medida das cotas raciais, essas são necessárias. Nem que seja uma medida não definitiva.

O fato é que as cotas existem. Consequentemente, sugiro que se acostume com advogados, engenheiros, designers, médicos e executivos negros capazes e de boa formação.





Fontes: